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Para além do Release, diálogos sobre ADSR e os ciclos da Vida.



Salve, Salve Graves, Médios & Agudos!!!


desculpem pela ausência, tempos difíceis, mas creio que o assunto de hoje trará luz a isso!!!


Vamos falar um pouco sobre ADSR, sigla para Attack, Decay, Sustain e Release.


Ferramenta muito bem conhecida e utilizada pelos produtores de música eletrônica e músicos que trazem os sintetizadores dentro da sua case.

ADSR... essas são as propriedades que compõe o Som.

Algo como o corpo do som ou mesmo o comportamento dele.


Todo o som possui essas quatro propriedades

E é a partir daqui que retomo esse blog.

Um texto homenagem.

Uma homenagem ao ciclo da Vida.


Uma homenagem ao meu Pai.

Para fins didáticos, vou expor o que esta acertado no ambiente acadêmico sobre o assunto.


Vamos dividir estas quatro partes em duas e pensar no som com um movimento transitório de ataque e um transitório de extinção.


Pensemos nessa figura /\


O som começa e termina, porém assim como na Vida as coisas tendem a ter nuances importantes quando nos atentamos aos detalhes.


O movimento transitório de ataque corresponde a passagem do som do seu silêncio ao pico, ao seu ápice.


Cada som tem um código de Ataque.

Alguns percutem mais rápido, outros nem tanto.

Percussões tendem a trazer este Ataque com mais proeminência, já uma flauta tende a soar com seu Ataque mais declinado.

Quando observamos o transitório de extinção podemos relacionar o inverso na comparação acima proposta.

Elementos percussivos já não terão quase nenhuma proeminência nessa fase do Som, enquanto que uma flauta levará mais tempo para o som se extinguir.

E assim vai…

Mas os detalhes entre ambos interessam muito, pois é entre estes dois movimentos que encontramos o período de Estabilidade do som.

E aqui é onde a magia da Vida (também) acontece.

É neste período que se fixam algumas características do som como por exemplo, a Altura e a Intensidade que somados aos períodos transitórios temos como reconhecer o Timbre de um Som.


Podemos entender o Timbre como o RG de cada pessoa, ou melhor, o Código Genético, sua cadeia de cromossomos individualizada, o DNA que torna você… Você

Único.

Especial.

Assim é cada Som.

Se observamos atentamente um som oriundo de um instrumento musical, podemos perceber que o inicio de qualquer som começa por ser um ruído mais ou menos acentuado e isso acontece pois num intervalo de tempo muito curto existem vibrações irregulares que antecedem o período de Estabilidade que já mencionamos.

Esse ruído é o Ataque.

Inércia.

É o Som do choro de um Bebê ao nascer.


É o som da Placenta se arrebentando para dar inicio ao parto de uma nova vida.


É o som da terra se rompendo pela imposição da força de uma semente que vai se transformar em árvore.

É o som de uma nova Estrela se fundindo.

É o som do Big Bang que em teoria da inicio a tudo que existe.

Somos reflexos dessa poeira estelar... ela vive em nós.


Mas e esse Som primordial… ele ainda ressona em nós?

Bem, voltemos ao Som e suas quatro propriedades.


Olhem para o gráfico abaixo e pensem na Vida.




Temos o Ataque, que já esboçamos algumas comparações com alguns fatores da Vida e até mesmo com os confins do inicio da existência.

Mas após todo Ataque teremos um Decay.

O Decay é a queda de energia sonora residual.


Ao tingir seu ápice, o Som não consegue se manter naquele nível de intensidade por tanto tempo e tende a cair até encontrar seu período de Estabilidade.


Este é o Decay.

Vamos ampliar o conceito para além da esfera da Biologia como tenho seguido.


Pense naquele seu projeto de vida.

Naquele momento que você finalmente respirou os ares da confiança e deu inicio em algo que a muito tempo fustigava sua mente, pode ser qualquer coisa… iniciar os estudos de algum assunto de interesse, abrir uma padaria, começar a prática de um esporte, aprender a cozinhar ou mesmo escrever um Blog, como este que aqui escreve tenta…


Logo após essa energia intensa, vem aquele período do Decay.

Parece até que aquilo que escolhemos não é pra gente, não é verdade?


Mas na verdade se trata da Energia decaindo (decay) para o seu ponto de Estabilidade.

Não somos feitos, tal qual o Som, para vibrar em Energia alta constante.

Não é próprio da Natureza essa condição.


Porque não seria assim com nossos projetos e ideais?

Acalmem os corações.

Provável que seu projeto esta passando por esta fase natural.

A energia sonora dele ira se assentar e estabilizar.


É o Sustain...


Lembram da figura do V invertido?

/\


Pois agora adicionamos uma perna nela


/\___


Sustain... sustentação, sustento, estabilidade.

Pense em você sendo responsável por alguém que ama.

Um Pai, uma Mãe.

Olhando para seus filhos...

Tendo em sua mente a preocupação em trazer sustento, alimentos, segurança, estudo, educação...


É no Sustain que o Som se sustenta e se mantém no estado que pode ser considerado "natural". Para além da Lupa que estávamos, pois todas as suas fases e períodos pertencem a naturalidade.


Aqui no Sustain o som vibra pelo tempo que for permitido pela sua natureza.

Retornando a comparação entre a percussão e a flauta, vemos que um tambor percutido tem um sustain de acordo com o tamanho (circunferência) de suas peles...

Uma caixa de bateria tem seu sustain menor do que um tímpano orquestral e este, por sua vez, tem um sustain diferente do de uma flauta.


E assim vai...


Os tambores tocados por milênios por todas as culturas ancestrais, sem exceção, fazem essa referência / reverência ao som de nossos corações.


O sustain do som das batidas de um coração é curto porém ele bate ininterruptamente afim de que seu sustain permaneça presente.


É a Vida pulsando.


tum tum... tum tum... tum tum... tum tum...


Recentemente sofri um dos maiores golpes dessa mesma Vida.


16 dias atrás o coração do meu pai decidiu que era hora do seu Release findar...


O Release é como o Decay após o Ataque

O Release é como o Decay do Sustain

Pois tudo tem um começo, um meio e um fim.

Com o som é assim...

Com nossos projetos e vontades...

Com nossas vidas...


O Release por mais que soe inaudível é um dos períodos mais inebriantes de um som.

Para ouví-lo é necessário ainda mais atenção, cuidado...

tudo aquilo que devemos fazer pelos nossos mais velhos.


Quando a energia do corpo já enfraquecida, torna o som da voz mais baixo é exigido de nós o silêncio necessário para ouvir o que podem ser sempre as última palavras de um ente amado.


Nunca me esquecerei...

"Bom trabalho filho, da um beijo na Erica e nas gatinhas"

Quando respondi

"A noite estou de volta pai."

"Até a noite filho..."


E assim um Som se esgota neste plano.

Para um som existir é necessário dois elementos.

Atmosfera. Ar.


E algum toque que vibre este ar afim de impulsionar o som pelo ambiente.


Inércia.


Pensem neste planeta.

Na preciosidade que é estar em um ambiente perfeito para vivenciarmos todas experiências possíveis e impossíveis.


Agora pensem no entorno dele.

O assustador Espaço Sideral.

Com a Lua nos observando impassível por milênios.

La do alto de seu silêncio, imposto pela vontade divina em não existir uma atmosfera para o som vibrar e soar...


É estranho né...


Estamos envolvidos pelo silêncio sideral

Pelo silêncio divino


Para além do Release...


Mais acima deste texto fiz a seguinte pergunta...

Mas e esse Som primordial… ele ainda ressona em nós?


Para onde foi o Som do Big Bang?

Existia uma atmosfera para que pudesse ser ouvido?


O parto da Criação foi ouvido?

Se sim... por quem?


Divagações que podem nos distanciar do objetivo do texto, mas nem tanto.


Para além do Release está o som de nossas memórias.


O som das boas lembranças que nutrimos por aqueles que admiramos e amamos.


Este Som atravessa o Release desta Atmosfera e pega um novo impulso...

um novo Ataque...

desta vez do lado de lá do Silêncio Divino.


Meu pai me ouve e eu sei que aquele "até a noite filho" era sobre a noite final que todos teremos...

E assim ver o Sol nascer novamente do lado espiritual da Vida.


É lá que poderemos nos abraçar novamente e novos sons serão entoados, percutidos, ressonados...


Ontem fiz aniversário, um novo Ataque que tenho a oportunidade de vivenciar


São muitos os ADSR's inseridos no ADSR maior da Vida.


Ontem também foi aniversário da minha Avó, Iracema, mãe do meu pai.


Ela ganhou um presente lindo neste ano, pois comemora o aniversário dela finalmente junto de seus três filhos.


E assim é a Vida se fazendo presente para quem acredita que ela é infinita e cíclica.


Como o Som.


Com Amor

Para meu Pai

Ademar Belíssimo.

ADSR

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