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ÁUDIO: ARTE ou CIÊNCIA?





Salve, Salve Graves, Médios & Agudos!!!

Começando por aqui. Sejam todos bem-vindos!!!

Peço licença para irmos juntos por um tempo médio de leitura de apenas 5 minutos.


Bem, fazem 15 anos que me dedico a produção musical e ao mundo do áudio, porém escrever sobre estes assuntos é algo que me persegue como uma sombra. E as sombras só existem por conta da luz que se projetam sobre os corpos, logo sob a luz de um novo ano, quem sabe de novos tempos mais áureos para a arte em geral, principalmente neste País em que vivemos, creio que terei que dar sossego a essa projeção que volta a nascer em minha mente.

E para descansar sob a sombra, darei vazão a ela.

Nasce assim, nestas linhas, meu blog sobre Produção Musical.

AUDIOMUNDO.

Minha intenção é escrever mais do mesmo, de repente.

E considero justo começar pelo tema do áudio, que remete as minhas origens.

Mas ao falar sobre equalizadores, compressores, processos de mixagem, masterização, técnicas de gravação, dentre tantos outros assuntos que permeiam esta ciência, estou ciente de que praticamente tudo já foi escrito, e bem escrito. Logo na minha cabeça, este blog não tinha necessidade de existir, não no sentido de suprir qualquer falta do mercado.

Então porque escrever? Pois é, esta era minha dúvida de anos e anos.

Minha sombra.

2022 foi um ano que tive a audácia de me desafiar ao novo e consequentemente voltar a estudar.

Eu e o Renan, meu irmão de longa caminhada na arte, montamos uma idéia inicial, isso ainda em 2020, fevereiro para ser mais exato, antes da pandemia dominar a atenção de todos, um projeto musical eletrônico, voltado ao "drum and bass", que se chama: OGAN.

A idéia era boa o suficiente para me coçar, primeiro porque ela me desafiava em um estilo ao qual eu não tinha tanta versatilidade em produzir, porém ouvia e gostava, o que me dava um passo de partida excelente; porém precisava de tempo e maturação e resumindo em muito os desafios que todos passamos por 2020 e 2021, este projeto somente deu passos reais em 2022. E na iminência de um EP com quatro sons vir a nascer, neste 2023, decidi estudar com mais afinco a cultura do DnB (drumandbass). Foi quando me inscrevi na BMA (Bass Music Academy) do renomado DJ Andy. Poderia escrever muito mais sobre a BMA mas não quero desfocar por demais e soar breve nos elogios que tenho a fazer a esta iniciativa e comunidade criada pelo Andy e como terei oportunidade de fazer algo específico mais a frente, saibam que a comunidade é foda! Abre a mente e cumpre demais com o prometido, vai além sendo franco.

Bem, mas qual o gancho deste assunto? Este se dá exatamente em conversas com Andy sobre áudio, percebi que mesmo compreendendo sobre aqueles assuntos que citei mais acima (equalizadores, compressores, processos de mixagem, masterização, técnicas de gravação, dentre tantos...) a vivência do Andy com eles era diferente da minha e é nessa diferença que considero residir a arte na ciência do áudio. Tanto Andy quanto qualquer outro profissional do áudio e da produção musical ao falar sobre cada um destes assuntos vai trazer consigo informações extras que pertencem a sua experiência. É onde a ciência se individualiza e abre espaço e margem para novas interpretações para algo que tende a ser fixo e exato.

É neste momento que considero que a ciência vira arte.

A ciência do áudio é artística quando as bases e fundamentos são usados de maneiras diferentes, muitas vezes atingindo os mesmos objetivos, porém com resultados diversos.

E assim minha sombra logo ressurgiu com essa luz projetada e senti que era inevitável.

Era hora de colocar minhas experiências para fora através da escrita.

Algo que pode ajudar pessoas iniciantes ou mesmo os mais experientes do setor que estiverem dispostos a isso, mas o que importa é que vai me ajudar.

Terapeuticamente, no mínimo.

Mas preciso dar início a este blog empolgando com o que me empolga.

Por isso do título.

A questão se Áudio é arte ou ciência, é algo que passa desapercebido por vezes.

Os músicos dentro do ambiente de um estúdio são normalmente considerados os artistas, enquanto que o engenheiro de gravação ou o produtor musical são como um cientista que detém das técnicas necessárias para efetuar o registro das ideias artísticas destes músicos da melhor forma.

Mas qual é essa melhor forma?

Bem, alguns protocolos devem ser seguidos. Desde sempre uma boa estrutura de ganho é imprescindível, equalizar um instrumento ou outro que tiver frequências sobrando ou faltante também é uma prática esperada, dentre várias outras etapas necessárias durante a gravação.

Porém existe um elemento neste caminho da ciência do áudio que torna tudo um tanto quanto "não científico".

Sabe a experiência que o Andy tem a respeito do uso de equalizadores? Ela é diferente da minha em alguns momentos. Mesmo com os fundamentos sendo os mesmos.

As variantes que a percepção humana traz para a ciência do áudio é o que torna esta categoria uma experiência artística. Se assim não fosse, todos os discos deveriam ou mesmo poderiam soar iguais.

Afinal as frequências estão todas lá.

Graves, médios e agudos.

Mas por ser uma ciência natural, ela depende de muitas condições para que a reprodução de uma obra de arte seja fielmente reproduzida. Eu considero tal idéia uma verdadeira frustração, por ser praticamente impossível.

Vejamos... se me fosse dado o desafio de regravar fielmente o clássico "Nevermind" do Nirvana, eu precisaria de músicos que tivessem a capacidade de reproduzir as dinâmicas instrumentais reproduzidas por Kurt, Krist e Dave, isso para iniciar. Tarefa difícil, mas de repente não tão impossível. Porém precisaria também da estrutura física para tal reprodução.

A Acústica do estúdio, equipamentos utilizados, mesa de áudio, equalizadores, compressores, gates, reverbs... também seria prudente buscar gravar com as mesmas marcas de bateria, guitarra, baixo, encordoamento, peles, afinações... variáveis possíveis de serem conquistadas, porém que precisam de muito investimento e certeza de cálculo.

E mesmo que fossemos atrás de todas estas informações e as implementássemos, teríamos que ter um técnico de áudio e produtor musical com a visão e compreensão dos assuntos alinhadas ao nível de conhecimento do Produtor Butch Vig e aqui as coisas se tornam praticamente impossíveis (como se tudo antes citado já não o tornasse inviável).

Eu não sou o Butch Vig, como também não sou o Dj Andy, não sou o Carlos Freitas, nem mesmo o finado Carlos Miranda, dentre vários outros que poderiam ser citados. Cada uma dessas mentes tem uma interpretação pessoal na utilização de uma ferramenta poderosa como é o equalizador.

Vejam, isso não deveria abrir margem para discurso do famoso "então tudo pode".

O que difere, entre os aqui citados e todos os demais profissionais do áudio e da produção musical, é a interpretação artística que damos para estas ferramentas, porém os fundamentos são os mesmos.

Sabendo os fundamentos, daí sim tudo podemos.

São nessas diferenças interpretativas que reside a Arte no Áudio.

Portanto ao adentrar uma sessão de gravação, prefiro enxergar que todos que ali estão envolvidos são artistas. Afirmo isso, sem medo das represálias que certos "setores" possam fazer.

Mas já que cito a importância dos fundamentos, pretendo a partir do próximo texto, demonstrar historicamente como e quando se dá este entrecruzamento da Arte do Áudio com a ciência e da Ciência do Áudio com a arte.


Decibeijos ;)


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